Um Sonho
de August Strindberg
Ficha Técnica
Texto August Strindberg
Tradução e Adaptação André Guerreiro Lopes e Djin Sganzerla
Direção André Guerreiro Lopes
Elenco Helena Ignez, Djin Sganzerla, Flávia Pucci, Fábio Herford, Renato Dobal, Sandro Karnas,
André Guerreiro Lopes, Victor de Seixas, Ilana Gorban, Kleber Plameira e Daniel Lopes
Voz Off Indra João Signorelli
Cenografia Beto Mainieri
Iluminação Carlos Ebert
Criação Musical Lívio Tragtenberg e Felipe Julian
Figurino Sonia Ushiyama
Figurino Agnes Simone Mina
Assistencia de direção Ilana Gorban
Direção de cena Michele Matalon
Assistente de iluminação Cassandra Fernandes de Mello Barboza
Criação de Vídeo Carlos Ebert e André Guerreiro Lopes
Direção de produção Djin Sganzerla e Henrique Mariano
Tradução e Adaptação André Guerreiro Lopes e Djin Sganzerla
Direção André Guerreiro Lopes
Elenco Helena Ignez, Djin Sganzerla, Flávia Pucci, Fábio Herford, Renato Dobal, Sandro Karnas,
André Guerreiro Lopes, Victor de Seixas, Ilana Gorban, Kleber Plameira e Daniel Lopes
Voz Off Indra João Signorelli
Cenografia Beto Mainieri
Iluminação Carlos Ebert
Criação Musical Lívio Tragtenberg e Felipe Julian
Figurino Sonia Ushiyama
Figurino Agnes Simone Mina
Assistencia de direção Ilana Gorban
Direção de cena Michele Matalon
Assistente de iluminação Cassandra Fernandes de Mello Barboza
Criação de Vídeo Carlos Ebert e André Guerreiro Lopes
Direção de produção Djin Sganzerla e Henrique Mariano
Sobre a Montagem
“O autor tentou nesta peça onírica, em relação à sua anterior, Para Damascos, imitar a forma incoerente, mas aparentemente lógica do sonho. Tudo pode acontecer, tudo é possível e provável. O tempo e espaço não existem (…) As personagens dividem-se, multiplicam-se, desdobram-se, condensam-se, tomam forma, dissolvem-se, reconstituem-se. Mas há uma consciência que se sobrepõe a todas, a do sonhador; porque não existem segredos, inconseqüências, escrúpulos, leis. Ele não julga, não absolve, simplesmente relata, e, porque o sonho é quase sempre doloroso, e poucas vezes alegre, a narração sinuosa é percorrida por um tom de melancolia e de compaixão por tudo o que vive.”
August Strindberg, em prefácio para a peça Um Sonho
August Strindberg, em prefácio para a peça Um Sonho
Fortuna crítica
“A capacidade de invenção (possivelmente a característica mais importante da produção criativa de qualquer artista em qualquer meio) do diretor e ator André Guerreiro Lopes e de seus ilustríssimos colaboradores ocupou por um mês e meio o Teatro Sesc Paulista. Muito precisamente a partir da utilização de cada elemento de um micro-espaço cênico que poderia ter desconcertado logo de início o mais experimentado diretor, André Lopes, Beto Mainieri e Carlos Ebert lograram insuflar de significado e intensidade dramática cada elemento dessa encenação do texto centenário de August Strindberg, tarefa que não é para principiantes. Para além da trama de elementos seriocômicos tecida a partir de um trabalho de edição de texto que reflete a mais rigorosa e capacitada qualificação diretorial, Lopes e sua mais fina companhia habitaram e (reitero, pois o conceito é chave:) reinventaram o espaço dramático do Sesc Paulista através do uso da linha de fuga, de uma luz mágica e magistral e de figurinos e adereços inteligentes e sofisticados.
Intencionais ou não, vemos/ouvimos nessa montagem ecos de alguns contemporâneos de Strindberg - mormente de Franz Kafka e Leos Janacek - os símbolos arquetípicos da porta e da torre (bem como as surpresas por eles ocultadas e, por fim, reveladas) nos enchem de mal estar e de ansiedade, como ocorre na parábola kafkiana "Diante da Lei" e em determinados elementos das óperas do compositor tcheco. Destaque para a participação chapliniana de Renato Dobal com sua pequena rede verde; para a majestade (já não há mais outra palavra para descrevê-la) de Helena Ignez em suas extraordinárias e diversos personagens ao longo do espetáculo; e para Djin Sganzerla no papel de Agnes, o qual a atriz encarna com uma capacidade empática e uma generosidade de espírito surpreendentes para sua idade.
Em seu prefácio ao SONHO, Strindberg escreve: "Os personagens se dividem, se duplicam, se multiplicam, evaporam, se condensam, dissolvem e se fundem uns aos outros. No entanto, uma só consciência rege a todos eles: a do sonhador; para ele não existem segredos, inconsistências, escrúpulos ou leis. Ele não julga nem perdoa, apenas narra; e, por serem os sonhos geralmente dolorosos em vez de agradáveis, um tom de melancolia e compaixão por todos os seres humanos permeia a narrativa sinuosa." Nenhum elogio maior do que constatarmos que o ato de imaginação do jovem André Lopes esteve à altura do espírito de um dos mais importantes dramaturgos do século XX".
Steve Berg, mestre em Lingüística e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. Pesquisador/historiador de cinema, publicou textos no Brasil e no exterior. Tradutor de textos críticos e teóricos sobre as artes plásticas brasileiras, com destaque para o “ Manifesto Antropófago” de Oswald de Andrade para língua inglesa.
“Todo mundo sabe que eu resisto muito a teatro. Mas fui ver e me pareceu impecável a montagem do "Sonho" de Strindberg com a Djin Sganzerla e direção de André Guerreiro Lopes.”
Inácio Araújo, crítico de cinema da Folha de São Paulo, em resenha publicada em seu blog.
“Formado em Londres, André Guerreiro Lopes tem uma habilidade a demonstrar, e faz desse “Sonho” o seu portfólio. Sendo sua primeira encenação por aqui, é promissora.”
Sérgio Sálvia Coelho, em crítica na Folha de São Paulo
"É um belo questionamento sobre os valores, sistemas e apegos humanos. Saimos do teatro querendo revolucionar a consciência geral. A peça tem momentos de drama, poesia, comédia e quase te leva numa viagem profundo por um sonho. Se preparem, quem tem sentimentos, é impossível sair da peça sem se sentir incomodado. Mas vale cada minuto. A mais perfeita lógica sem lógica do sonho.
O que Strindberg faz em "O Sonho" é pegar a lógica incontrolável do sonho e controlá-la no mesmo formato, porém, no terreno controlável da ficção, onde ele é onipotente. O que ocorre é que esta operação de objetivação de algo subjetivo acaba por trair a própria lógica do sonho, trazendo à tona várias questões sobre o texto e sobre o próprio teatro. De quem é este sonho? Quem o sonha? Será a ficção uma forma controlada do sonho do dramaturgo? Quais os espaços abertos pela operação do sonho e da criação ficcional?
Com direção de André Guerreiro Lopes, que também assina a tradução e a adaptação ao lado de Djin Sganzerla, texto de August Strindberg completa em 2007 cem anos de sua primeira montagem. A peça é resultado de dois meses e meio de trabalho, no Projeto de Ocupação oferecido pela UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA, e conta com projeções em vídeo e uma áudio cenografia com 12 pontos de emissão de som espalhados por todo o espaço".
Resenha crítica do blog Perdido na Tradução
Intencionais ou não, vemos/ouvimos nessa montagem ecos de alguns contemporâneos de Strindberg - mormente de Franz Kafka e Leos Janacek - os símbolos arquetípicos da porta e da torre (bem como as surpresas por eles ocultadas e, por fim, reveladas) nos enchem de mal estar e de ansiedade, como ocorre na parábola kafkiana "Diante da Lei" e em determinados elementos das óperas do compositor tcheco. Destaque para a participação chapliniana de Renato Dobal com sua pequena rede verde; para a majestade (já não há mais outra palavra para descrevê-la) de Helena Ignez em suas extraordinárias e diversos personagens ao longo do espetáculo; e para Djin Sganzerla no papel de Agnes, o qual a atriz encarna com uma capacidade empática e uma generosidade de espírito surpreendentes para sua idade.
Em seu prefácio ao SONHO, Strindberg escreve: "Os personagens se dividem, se duplicam, se multiplicam, evaporam, se condensam, dissolvem e se fundem uns aos outros. No entanto, uma só consciência rege a todos eles: a do sonhador; para ele não existem segredos, inconsistências, escrúpulos ou leis. Ele não julga nem perdoa, apenas narra; e, por serem os sonhos geralmente dolorosos em vez de agradáveis, um tom de melancolia e compaixão por todos os seres humanos permeia a narrativa sinuosa." Nenhum elogio maior do que constatarmos que o ato de imaginação do jovem André Lopes esteve à altura do espírito de um dos mais importantes dramaturgos do século XX".
Steve Berg, mestre em Lingüística e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. Pesquisador/historiador de cinema, publicou textos no Brasil e no exterior. Tradutor de textos críticos e teóricos sobre as artes plásticas brasileiras, com destaque para o “ Manifesto Antropófago” de Oswald de Andrade para língua inglesa.
“Todo mundo sabe que eu resisto muito a teatro. Mas fui ver e me pareceu impecável a montagem do "Sonho" de Strindberg com a Djin Sganzerla e direção de André Guerreiro Lopes.”
Inácio Araújo, crítico de cinema da Folha de São Paulo, em resenha publicada em seu blog.
“Formado em Londres, André Guerreiro Lopes tem uma habilidade a demonstrar, e faz desse “Sonho” o seu portfólio. Sendo sua primeira encenação por aqui, é promissora.”
Sérgio Sálvia Coelho, em crítica na Folha de São Paulo
"É um belo questionamento sobre os valores, sistemas e apegos humanos. Saimos do teatro querendo revolucionar a consciência geral. A peça tem momentos de drama, poesia, comédia e quase te leva numa viagem profundo por um sonho. Se preparem, quem tem sentimentos, é impossível sair da peça sem se sentir incomodado. Mas vale cada minuto. A mais perfeita lógica sem lógica do sonho.
O que Strindberg faz em "O Sonho" é pegar a lógica incontrolável do sonho e controlá-la no mesmo formato, porém, no terreno controlável da ficção, onde ele é onipotente. O que ocorre é que esta operação de objetivação de algo subjetivo acaba por trair a própria lógica do sonho, trazendo à tona várias questões sobre o texto e sobre o próprio teatro. De quem é este sonho? Quem o sonha? Será a ficção uma forma controlada do sonho do dramaturgo? Quais os espaços abertos pela operação do sonho e da criação ficcional?
Com direção de André Guerreiro Lopes, que também assina a tradução e a adaptação ao lado de Djin Sganzerla, texto de August Strindberg completa em 2007 cem anos de sua primeira montagem. A peça é resultado de dois meses e meio de trabalho, no Projeto de Ocupação oferecido pela UNIDADE PROVISÓRIA SESC AVENIDA PAULISTA, e conta com projeções em vídeo e uma áudio cenografia com 12 pontos de emissão de som espalhados por todo o espaço".
Resenha crítica do blog Perdido na Tradução